25 Novembro 2025

Mergulho em Westeros: Das intrigas de “House of the Dragon” ao futuro da franquia

A expansão do universo criado por George R.R. Martin na televisão vive um momento decisivo. Enquanto “House of the Dragon” solidifica a complexa história da dinastia Targaryen, a HBO traça planos ambiciosos para garantir que os fãs nunca fiquem muito tempo longe dos Sete Reinos. A série prelúdio, ambientada cerca de 200 anos antes dos eventos vistos em “Game of Thrones”, foca na brutal disputa sucessória conhecida como a Dança dos Dragões. Nesse cenário, onde os Targaryen são os únicos detentores de dragões e governam absolutos desde a Conquista de Aegon I, somos apresentados a figuras centrais que moldam o destino do continente.

O Rei e a sucessão complicada

No centro do tabuleiro está o Rei Viserys Targaryen. Embora o nome remeta ao irmão de Daenerys da série original, as semelhanças param nos cabelos platinados. Escolhido pelo Grande Conselho de Harrenhal para assumir o Trono de Ferro em detrimento de sua prima Rhaenys, Viserys é descrito como um homem gentil e bondoso, traços que nem sempre favorecem um monarca em Westeros. Ao seu lado, no início da trama, está a Rainha Aemma Arryn. Sua trajetória é marcada pela pressão exaustiva de gerar um herdeiro masculino, culminando em momentos dramáticos que o próprio autor da obra comparou, em impacto, ao infame Casamento Vermelho.

A grande aposta do rei, no entanto, recai sobre a Princesa Rhaenyra Targaryen. Inteligente e de espírito rebelde, a jovem montadora do dragão Syrax desafia as convenções da corte. Sua relação próxima com o tio, Daemon, e a amizade inicial com Alicent Hightower são pilares fundamentais de seu desenvolvimento, mesmo enquanto ela lida com a obsessão do pai por um filho homem.

As peças no entorno do Trono

As alianças e rivalidades se formam rapidamente na corte. Alicent Hightower, filha da Mão do Rei, começa como uma figura dócil e obediente, mas está destinada a um papel de protagonismo. Seu pai, Otto Hightower, é a definição de calculismo político. Como o segundo homem mais poderoso do reino, Otto defende ferrenhamente os interesses de sua própria casa e nutre uma rivalidade aberta com o irmão do rei, Daemon Targaryen.

Daemon, por sua vez, é a antítese da estabilidade. Impulsivo, violento e extremamente ambicioso, ele comanda a Patrulha da Cidade — os Mantos Dourados — e monta o temível dragão Caraxes. Sua postura imprevisível e o desdém pelas regras fazem com que parte do Pequeno Conselho o veja como uma ameaça real à coroa.

Forças externas e novos jogadores

Fora do núcleo central de Porto Real, a Casa Velaryon exerce enorme influência. Rhaenys Velaryon, conhecida como a “Rainha que Nunca Foi”, carrega a amargura de ter sido preterida na sucessão por ser mulher, apesar de ser a descendente mais velha do rei anterior. Ela é casada com Corlys Velaryon, o Serpente Marinha. Lorde Corlys não é apenas um marinheiro lendário, mas um dos homens mais ricos do reino, controlando a maior frota naval de Westeros e buscando incessantemente restaurar sua família à linha de sucessão.

Correndo por fora das grandes casas, surge Sor Criston Cole. De origem dornesa e nascido plebeu, o cavaleiro ganha notoriedade ao vencer disputas importantes em torneios e chamar a atenção da nobreza, provando que em “House of the Dragon” o poder nem sempre vem apenas do sobrenome.

Um novo capítulo para a franquia

Enquanto o público desvenda essas camadas de traição, a HBO confirmou que o próximo derivado, “O Cavaleiro dos Sete Reinos”, chegará para corrigir uma das poucas críticas ao formato atual: o tempo de espera entre temporadas. A nova produção tem estreia marcada para 18 de janeiro de 2026 e promete uma escala diferente, focando nas aventuras de Sor Duncan, o Alto (interpretado por Peter Claffley), e seu escudeiro Egg (Dexter Sol Ansell), o futuro rei Aegon V Targaryen.

Ao contrário da grandiosidade bélica da Dança dos Dragões, essa nova série adapta os contos de Dunk e Egg, apostando em uma produção mais eficiente, com menos necessidade de efeitos visuais pesados e um tempo de resposta mais ágil. Isso permite que a emissora estabeleça um calendário anual de lançamentos, intercalando as produções.

O calendário de Westeros

A estratégia “Um Reino, Novas Histórias, Todo Ano” já está desenhada. Após a estreia de “O Cavaleiro dos Sete Reinos” no início de 2026, a terceira temporada de “House of the Dragon” chegará no verão do mesmo ano. Em 2027, teremos a segunda temporada das aventuras de Dunk e Egg, seguida pelo quarto ano da saga dos dragões em 2028.

Francesca Orsi, chefe de drama da HBO, indicou que a emissora já vislumbra o futuro a longo prazo, adaptando as três novelas de George R.R. Martin. Com roteiros já em andamento e planos de filmagens consecutivas, o objetivo é evitar os longos hiatos que marcaram os últimos anos. Além disso, o final de “House of the Dragon” pode não ser definitivo na quarta temporada, com possibilidades de extensão até 2030, enquanto outros projetos, como a Conquista de Aegon e animações, seguem em desenvolvimento para manter o legado vivo por muitos anos.