A origem da Resistência, contada em Star Wars: Legado de Sangue
Publicado no Brasil em 2017 pela Editora Aleph, Legado de Sangue (Bloodline) é um livro de Star Wars escrito por Claudia Gray, autora também de Estrelas Perdidas, outro livro da franquia.
Parte do universo canônico de Star Wars, Legado de Sangue é focado na Princesa Leia, senadora da Nova República, 28 anos após a Batalha de Yavin.
Trata-se de uma abordagem política, muito semelhante ao que foi visto nos episódios I, II e III, além da série The Clone Wars, onde os assuntos da galáxia ainda eram discutidos por meio de um senado.
Neste período, a Nova República, sediada no planeta Hosnian Prime, enfrentava um forte cisma onde parte dos sistemas consideravam-se Centristas, cuja as ideias defendiam a presença de uma única e poderosa liderança, auxiliada por uma grandiosa força militar. Do outro lado estavam os Populistas, que eram contra a centralização do poder e que defendiam a hegemonia particular de cada planeta, grupo no qual se enquadrava a própria Princesa Leia.
Num papel bastante semelhante ao de sua mãe Padmé Amidalla durante a Velha República, Leia Organa precisa agir de maneira bastante diplomática com seus inimigos, dentre eles o jovem e carismático Ransolm Casterfo, senador da ala centrista. Dando sequência as semelhanças, ela também precisa colocar a mão na massa em investigações secretas onde ela mesma irá integrar e liderar a equipe formada pelos pilotos Greer Sonnel e Joph Seastriker e sua assistente Korr Sella.
Mais uma vez problemas relacionados ao planeta Ryloth, levará Leia a visitar regiões como Bastatha, Parmathe, Daxam IV e outros, para descobrir uma poderosa força militar intitulada Amaxines, relacionados aos remanescentes do Império que tramam a destruição da Nova República.
Apesar da grande ameaça, a situação de Leia Organa é bastante prejudicada quando é revelado a todas pessoas que ela e nada mais, nada menos que a filha de Anakin Skywalker, o terrível Darth Vader.
Legado de Sangue traz o sentimento nostálgico das Guerras Clônicas, numa alegoria da República versus os Separatistas, agora sob os pontos de vista dos Centristas e Populistas, com aquela típica “Ameaça Fantasma” que induz a briga entre ambos os lados. É muito bom ver uma mídia explorando novamente o papel de Padmé Amidalla, personagem tão importante na franquia, mas esquecida há anos.
Mais uma vez a franquia tenta nos mostrar que problemas existem em qualquer lado que você esteja. A Nova República sofre com problemas, ignorância e corrupção e a postura da grande maioria dos senadores nos leva até achar interessante o momento em que estes são destruídos pela StarKiller em O Despertar da Força.
É lamentável personagens que não tiveram participação alguma na derrota de Palpatine, discriminar e desdenhar a importância de Leia Organa.
Hosnian Prime é justamente o planeta destruído no episódio VII, e alguns dos personagens presentes naquela exata cena, estão presentes em Legado de Sangue.
Claudia Gray demonstrou-se mais uma vez uma ótima escritora e é difícil não se segurar e ler mais um capítulo. Abordando personagens como Han Solo, Luke Skywalker e Ben Solo, alem de personagens de outros livros como Marcas da Guerra, este é uma obra realmente importante, pois oferece detalhes da Primeira Ordem e da oficialização da Resistência, numa alegoria bastante semelhante a Aliança Rebelde.
A arte da capa é bem interessante mostrando uma imagem mais madura de Leia, assombrada pela figura de Darth Vader, mas desta vez eu achei mais interessante a arte original da obra, apesar de que a Editora Aleph sempre nos presenteou com capas bem superiores as originais.
Legado de Sangue revivi o espírito nostálgico da política de Star Wars e de muitos elementos da trilogia prequela e engrandece ainda mais esse novo período da franquia.
Essencial na biblioteca de qualquer fã de Star Wars!